quinta-feira, junho 19, 2008

Quarto dia, Conceição do Mato Dentro

Quarta-feira, 18 de junho, 19h. Estamos em Córregos, entre Serro e Conceição do Mato Dentro, e nenhum celular pega, logo, não há conexão e este texto que escrevo no word não será postado hoje...

Ontem pernoitamos em Alvorada de Minas, numa pousada ainda em construção, muito simples, mas arrumadinha e quentinha, ieba! E hoje foi o dia das zicas. Logo na saída de Alvorada, a Clara caiu da bike e ralou o joelho todo. Eu, que cheguei no ponto de encontro uns 40 minutos antes do resto – normal, tive que voltar pra buscá-la. Depois conseguimos a proeza de errarmos TODOS o caminho, virando à esquerda onde devíamos virar à direita. Só que o caminho errado por coincidência chegava no mesmo lugar, Itapanhoacanga (doravante, Tubiacanga, porque eu tive que colar pra escrever esse nome) e só dois dos ciclistas acabaram não chegando. Lá fomos nós de novo atrás deles, andamos uns 40km de carro, voltamos pelo caminho certo, passamos pelo errado e acabamos voltando por um terceiro, mais errado ainda, mas que era o que eles tinham feito, graças a deus! Já estávamos com medo de eles terem ido parar em Conceição do Mato Dentro!

O povo de Tubiacanga, como de todas as cidadezinhas que passamos, é super acolhedor. Paramos pra perguntar onde tinha uma vendinha pra comprar banana e rapidinho ganhamos (de graça) não um, mas dois cachos enormes, colhidos nos quintais das casas ali, na hora. Um dos moradores ainda fez questão de levar a Clara até o posto de saúde, para lavar o machucado e fazer um curativo direito. Isso tudo foi antes de darmos pela falta dos perdidos, quando voltamos à cidade eles já tinham passado, e nós nem paramos, embicamos logo na estrada para Tapera, nome mais curto de Santo Antônio do Norte, a próxima parada.

Foi umas duas horas na brincadeira de procurar, mas ainda assim passamos pelos ciclistas ainda no começo dos 14km que separam Tapera de Tubiacanga. A subida estava pedreira, e mal sabiam eles que o que vinha pela frente era mais literalmente pedreira ainda. Foi o trecho mais punk de toda a viagem, até quando era descida era ladeirão, muita vala, muita pedra, areia fofa, uma tristeza! E aí teve o segundo tombo, o José chegou todo ralado! A sorte foi que chegamos a Tapera e conseguimos um restaurante-pousada-mercearia-e-etc cuja dona topou preparar uma bóia caprichada pra oito famintos, apesar de já ser umas 15h30! Quando os outros ciclistas chegaram, já estava quase pronto o almocim com arroz, feijão, ovo frito, farofa e carne cozida! Nham nham, bom demais!

O cronograma, de novo, tava ferrado, mas ainda tentamos diminuir o atraso continuando até córregos, a 10km de Tapera. O José veio na caminhonete conosco e nós chegamos rapidinho, a estrada era o oposto da outra, poucas subidas e descidas, curvas suaves e terra batida. Um tapete pros pedaleiros! Mas mesmo assim chegamos em Córregos com o sol posto. A única pousada da cidade é bem chiquezinha e não tinha lugar pra camping! Tivemos que chorar um desconto, usar nossas próprias roupas de cama e embolar todo mundo em dois quartos. Mas rolou, mais uma noite sem friaca! E tinha até TV, deu pros mais animados verem o jogo do Brasil. Eu, que já comecei o jogo ganhando no bolão e sabia que iria ganhar mesmo, fiz bem e dormi logo!

Agora são 13h15 de quinta e estamos almoçando em Conceição do Mato Dentro. Os primeiros 22km do dia foram beeeem mais tranqüilos que ontem, e parece que finalmente vamos conseguir cumprir um cronograma! Se tudo der certo, passamos esta noite em Morro do Pilar, onde eu não sei se terá conexão pra internet... Se tiver como, mando mais notícias, talvez fotos, temos quatro fotografando e muitas, muitas fotos lindas!

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