sexta-feira, novembro 23, 2007

loteria

"Às vezes nós pensamos que as pessoas são como décimos da loteria: que estão aí para concretizar nossas absurdas ilusões."

(Isaac Monfort, personagem do livro A sombra do vento, de Carlos Ruiz Zafón)

talvez fosse mais impactante se essa fosse a quinta frase completa da página 161, mas é a 32ª da página 252, e mesmo sendo seguida de "– Isaac, com o devido respeito, o senhor bebeu como um gambá e não sabe o que diz.", a verdade é que é esse é o tipo de frase pra gente anotar no nosso caderninho como um lembrete para a vida. não só para deixarmos de depositar nossas absurdas ilusões nos outros, como também para lembrarmos que nós mesmos não somos décimos de loteria para ninguém...

2 comentários:

shikida disse...

a diferença entre pessoas e décimos da loteria é que os últimos não imutávais

as pessoas convergem ou divergem lentamente, fruto de um processo contínuo e de aproximações e afastamentos gradativos.

as pessoas mudam.

Clarice disse...

so true.

tudo muda. o que a gente é, o que a gente queria ser, o que o outro é, o que o outro queria ser, o que a gente queria que o outro fosse e o que o outro queria que a gente fosse.

daí a importância de cada um considerar bem quais são as reais motivações das suas próprias mudanças, por quem realmente mudamos e até se efetivamente mudamos ou só aprendemos a fingir. até onde vale a pena?