quinta-feira, novembro 29, 2007

santa ceia, batman!



vi a imagem acima no blog do jens – link novo aí do lado, o incrível exército de blogoleone, vai lá –, que por sua vez catou no g1 (não merece bold, nem link, vai lá não).

na imagem, chávez, mao, fidel, marx e outros na mesma linha são os "apóstrofos" (sic) que compartilham com jesus a última ceia (que, note bem, é composta por livros! mas hein? te cuida, dan brown!).

foi bater o olho e me lembrar de quando eu era criança e freqüentava o catecismo na igreja de santa helena (por quê minha mãe não conhecia o frei cláudio naquela época, oh céus?). meu pai era do partidão, e eu, moleca, estava sempre com um adesivo na roupa e cantarolando "vote pcb que o pcb é legal, legal!". um dia eu fui adesivada pro catecismo, e até hoje sou zoada por isso...

mas o que marcou mesmo, pra mim, foi minha decepção (e confusão) quando me contaram que a igreja não gostava de jeito nenhum dos comunistas. já naquela época, uma dúvida começou a me atormentar e até hoje ninguém me respondeu satisfatoriamente: todos sabem que jesus disse "dai de comer a quem tem fome", mas onde raios ele falou "desde que não seja essa a prioridade do seu governo"???

responsa

"não deixamos o mundo para os nossos filhos. na verdade, nós o pegamos emprestado deles."

meu irmão me disse essa frase há um tempo atrás, e eu achei bárbaro. lembrei dela hoje e resolvi registrar aqui. se alguem souber me dizer a autoria, agradeço demais, penso que essa pessoa deve ter dito mais coisas que valem a pena a gente ler...

quarta-feira, novembro 28, 2007

¿Por qué no te callas, éfe-agá?


make orgasm, not wargasm

anote aí:

foi agendado para o dia dia 22 de dezembro, sábado, às 4h08 da manhã (horário de verão de brasília - é esdrúxulo mas é pra coincidir com o solstício), o segundo orgasmo global pela paz.

o movimento propõe que todo o mundo se una (no bom sentido, é claro) para tentar frear as energias de violência, agressão e guerras sobre o planeta, provocando, por meio do orgasmo global sincronizado, uma grande onda de energia cheia de amor, prazer e pureza capaz de alterar positivamente o campo energético da terra.

pode parecer absurdo, mas estudos científicos comprovam que a tentativa pode realmente surtir efeito. mesmo que não adiante nada, duvido que algum manifestante vá lamentar pela "energia" dispendida no evento... ;-)

quem fala o que quer, espeto de pau!

"Queremos brasileiros melhor educados, e não liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria."
(FHC, ex-presidente do Brasil, durante o congresso do PSDB, na semana passada)

"Obviamente que se comparar a educação, a formação intelectual do Fernando Henrique Cardoso, ele tem muito mais educação do que eu. É verdade que ele tem mais anos de escolaridade. Mas é verdade que eu sei governar melhor do que ele."
(Lula, presidente do Brasil, em entrevista à TV Record, ontem)

breu

três estampidos, escuridão total, berros de uma criança.
à luz de velas, tirei os aparelhos todos das tomadas,
pendurei a roupa lavada e fui dormir, fazer o quê?

sorte que já eram mais de 23h...

---

"i finally have a case of lupus!"
eu (coração) doctor house.
:)

terça-feira, novembro 27, 2007

sábado, novembro 24, 2007

jô soares, racismo e censura

No dia 18 de junho, o escritor Rui Moraes e Castro foi entrevistado no programa do Jô Soares, por causa de seu livro "Memórias de um taxista". Segundo a resenha do livro, ele conta histórias que viveu como taxista no Brasil mas, principalmente, do período em que viajou por Angola, entre 1935 e 1975.

Na entrevista, Ruy descreveu hábitos e ritos sexuais ligados aos mumuilas, um grupo nômade africano. Jô começou a entrevista com o taxista com a seguinte frase: "Antes de falar do táxi, vamos falar da vida sexual angolana...existe uma relação entre os penteados e as vaginas?" Tanto o apresentador, quanto o entrevistado referiram-se aos hábitos e costumes culturais das mulheres do grupo de maneira preconceituosa e jocosa, utilizaram-se de ironias e fizeram alusão a pedofilia, além de terem mostrado várias imagens das mumuilas como se fossem aberrações. A platéia se divertia.

Quem quiser ver o vídeo com o trecho da entrevista, tem aqui. Vale a pena tb ler os comentários dos internautas.

A campanha "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania" enviou para o Ministério Público Federal do Rio denúncia contra esse fato, o foi instaurado um processo judicial contra a Rede Globo, a fim de identificar se realmente houve desrespeito às comunicades negras.

Hoje, recebi um e-mail falando de um abaixo-assinado on-line solicitando um pedido de desculpas da Rede Globo. Ele será encaminhado para os ministros Tarso Genro, Nilcéia Freire e Matilde Ribeiro, como também para o Procurador Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro. Para ler e assinar, clique aqui. Eu acho um pedido de desculpas pouco, posto que racismo é crime é dá cadeia, mas o abaixo-assinado não deixa de ser um ótimo instrumento de pressão para que os ministros e o MP não deixem esse caso cair no esquecimento.
...
Enquanto o apresentador Jô Soares incita esse tipo de pensamento, não tem pudores em censurar outros assuntos. Segundo o blog Fazendo media , o programa exibido no último dia 15 cortou boa parte da entrevista concedida pelo delegado de Polícia Civil do RJ Orlando Zaccone, que havia sido gravada no dia 12:

"(...) A entrevista sofreu um corte no momento em que o delegado comentou o filme Tropa de Elite. O trecho simplesmente não foi ao ar. Segundo Zaccone, Jô Soares ficou irritado com o seguinte comentário: "Essa classe média que está batendo palma para o filme não agüenta um tapa de polícia na rua". O apresentador teria respondido algo como "Não concordo. Isso é sua opinião". Zaccone ainda foi polido. Em vez de responder o óbvio, que havia sido convidado justamente para emitir sua opinião, ainda tentou contemporizar, explicando que as palmas a que se referia eram para as cenas de tortura e execuções sumárias.

Quem assistiu à entrevista pôde notar que Zaccone levou Jô na flauta. Ao contrário da maioria dos programas, em que o apresentador costuma aparecer mais que o convidado, o delegado conseguiu oferecer uma boa exposição sobre o conteúdo de seu livro recém-lançado (Acionistas do nada - quem são os traficantes de drogas). Abordou com bastante propriedade a teoria da seletividade da pena e mostrou, através de experiência própria, que a esmagadora maioria dos presos por tráfico não são violentos. Além disso, ainda achou espaço para criticar a mídia: "Recentemente um jornal do Rio de Janeiro publicou uma foto de uma mulher armada, de shortinho e piercing no umbigo. Só que esse estereótipo não condiz com a realidade". Jô ficou meio atordado e o interrompeu: "Mudando de assunto, já que os convidados vêm aqui para falar de sua vida, me fala sobre quando você era Hare Krishna". Zaccone falou alguns segundos e logo deu um jeito de voltar a criticar a criminalização da pobreza. (...)"

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Movimento dos Sem-Mídia
Por uma mídia livre, plural, ética e imparcial.
Participe.

sexta-feira, novembro 23, 2007

uma frase

"Roland Barthes: 'o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer'. O professor francês morreu na década de 1980, mas seu pensamento está cada vez mais atual. Um exemplo aplicado ao jornalismo se dá quando um repórter pensa em usar uma palavra, ou uma construção, ou mesmo uma determinada fonte, mas desiste da idéia porque sabe que o editor impedirá que ele se manifeste daquela maneira. O repórter está obrigado a dizer algo e, pior, de determinado modo. Para Roland Barthes, trata-se de um controle fascista, sobretudo quando sustenta idéais fascistas."
(do blog fazendo media)
...
para quem, como eu, é daqueles que no colégio sempre levantava o braço e falava "fessor, dá um exemplo prático?", aqui tá cheio de exemplo prático. ;-)

loteria

"Às vezes nós pensamos que as pessoas são como décimos da loteria: que estão aí para concretizar nossas absurdas ilusões."

(Isaac Monfort, personagem do livro A sombra do vento, de Carlos Ruiz Zafón)

talvez fosse mais impactante se essa fosse a quinta frase completa da página 161, mas é a 32ª da página 252, e mesmo sendo seguida de "– Isaac, com o devido respeito, o senhor bebeu como um gambá e não sabe o que diz.", a verdade é que é esse é o tipo de frase pra gente anotar no nosso caderninho como um lembrete para a vida. não só para deixarmos de depositar nossas absurdas ilusões nos outros, como também para lembrarmos que nós mesmos não somos décimos de loteria para ninguém...

quinta-feira, novembro 22, 2007

Só para comparar...

(eu postei este texto ontem no votolula, mas acho que merece um repeteco aqui)

Recebi hoje, pelo grupo do MSM, entre outros bons textos, dois que me chamaram atenção por serem exemplos opostos de ética jornalística.

O primeiro é o texto da postagem anterior, "Para compreender a força de Lula", em que o professor Ladislau Dowbor traça um panorama da questão da desigualdade social e das políticas públicas praticadas pelo governo Lula, baseando-se em números oficiais, com fontes não só citadas como linkadas, ou seja: acessíveis a qualquer leitor. Mais do que despejar números, Dowbor cruza dados e os contextualiza, o que confere credibilidade e coerência ao texto.

O segundo é um post do blog Logística e Transporte, em que o autor, o engenheiro José Augusto Valente, põe abaixo, com dados, fontes e links, qualquer credibilidade ou coerência que poderia ter um artigo publicado no Estadão de hoje. Com o título Sem ferrovias, rodovias, hidrovias e portos, o festival de irresponsabilidades pinta um quadro tétrico para o futuro do Brasil, baseando-se em "fatos" do presente tais como "as estradas estão em petição de miséria", "as ferrovias praticamente não existem" e "os portos continuam reféns das Docas politizadas". Tais afirmações, ao contrário dos argumentos de Valente, não vêm acompanhadas de nem uma única pistazinha que ajude o leitor a descobrir de onde elas saíram, o que me faz deduzir que a origem das mesmas é tão somente (para não dizer outra coisa...) o sovaco da jornalista. Convido todos a lerem os dois - o artigo no Estadão e a análise do engenheiro - e tirarem suas próprias conclusões.

E ouso fazer um pedido: mesmo não encontrando de imediato uma fonte tão precisa quanto as do blog do engenheiro, mantenha sempre um pé atrás com a grande mídia. Pergunte-se sempre de onde veio aquela informação, quem disse, quando, em que contexto, é comprovável? Se o artigo contiver palavras e expressões do tipo "supostamente", "hipótese", "não-confirmado" ou "documentos guardados a sete chaves", desconfie em dobro. Não serei leviana de dizer que a mídia mente sempre, mas que é bom checar antes de comprar gato por lebre, ah, disso eu não tenho a menor dúvida!

segunda-feira, novembro 19, 2007

pé esquerdo

hoje eu cheguei no serviço e antes de alcançar minha mesa já tive que largar minha bolsa em qualquer lugar e me arrastar pelo chão pra tentar arrumar uma forma de não jogar fora quatro faixas de lona, que foram encomendadas como faixas de mão para serem seguradas em sinais fechados, e que a ********* (auto-censurado por motivo de auto-covardia) teve a manha de fazer cada uma com nove metros de comprimento, e sem nenhum suporte no meio! se essa coisa já pesa pra caralho enroladinha, imagina aberta no meio da rua? impraticável. inacreditável. lá foi eu dar uma de costureira e marcar com clips uns três metros de espaços brancos que podiam ser cortados em cada faixa, pra remendar e não ter que mandar fazer tudo de novo! quando acabei fui direto buscar uma água e um café, e fiquei presa na copa ouvindo as lamentações da faxineira reclamona e sua eterna dor nas costas (ok, eu tenho dó, mas é isso todo dia, ela não cala a boca e nem fica quieta como o médico manda, aí haja saco,né?). finalmente, mais de hora depois, sentei em minha mesa. descobri que deixei meus óculos em casa e que o hubby (rãbi? como escreve isso?) ao qual meu computador tá ligado queimou. tô em outro computador, mas só pq tá na hora do almoço.

segunda-feira linda de morrer. e eu que tava achando que este seria o dia mais sossegado da semana...

sexta-feira, novembro 16, 2007

não quebre a corrente...

a lud convocou, eu cumpro:

1. Pegar o livro mais próximo.
Peguei. "A Sombra do vento", de Carlos Ruiz Zafón.

2. Abri-lo na página 161.
Hmpf. Eu ainda estou na 125, odeio spoiler, mas vamulá...

3. Procurar a 5ª frase completa.
achei.

4. Postar a frase no blog.
"sorriu-me com cordialidade e voltou para seu jornal, desinteressado."

5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro (usar o mais próximo)
então, os dois mais próximos mesmo eram o houaiss e uma gramática, mas esse não estava muito mais longe...

6. Repassar o desafio para cinco blogs
amanda
marcelo
pilar
pirata
sandro

7. O que você está achando desse livro?
lindo! extremamente bem escrita, a história se passa em barcelona, na época do pós-guerra, e acompanha o crescimento de um menino que, aos dez anos, foi levado pelo pai a um lugar secreto, o "cemitério dos livros esquecidos". seguindo uma espécie de ritual para quem entra lá pela primeira vez, o menino escolhe um livro (ou é escolhido por ele) e tem a missão de cuidar para que ele nunca desapareça. fascinado pela história, que devora em uma noite só, o menino sai em busca de outras obras do autor, e descobre que essa não é uma tarefa tão fácil quanto parece. acaba se deparando com histórias cheias de segredos e coisas que não devem ser ditas e se envolvendo em uma investigação digna dos melhores policiais, com direito até a um misterioso personagem que deseja a qualquer preço queimar seu livro, pelo visto o último exemplar da obra do desconhecido autor. Ao mesmo tempo, acompanhamos a transformação do menino em um homem, suas descobertas, frustrações, amores e dúvidas. com pitadas na dose certa de um humor inteligente e dramas sem apelação, todos os elementos se combinam de forma perfeita, é daqueles livros que a gente quer pegar e voltar a ler em qualquer oportunidade que tem.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Movimento dos Sem-Mídia [II]



Já postei aqui antes sobre o Movimento dos Sem-Mídia. Depois da repercussão obtida pela manifestação que mostrei no post, o MSM organizou uma Assembléia, aberta a todos os interessados e amplamente divulgada pela internet, na qual foi redigido e aprovado um Estatuto Social que oficializa o Movimento como "uma associação da sociedade civil, de direito privado, sem fins lucrativos ou econômicos, de natureza democrática e pluralista", que tem como proposta desenvolver "atividades através de seus dirigentes e associados, sempre de forma pacífica e respeitando os princípios do Estado Democrático de Direito, em defesa e incentivo de uma mídia livre, plural, ética e imparcial, visando a formação e desenvolvimento de cidadãos conscientes e participativos."

No último dia 10, o MSM organizou outra manifestação, desta vez em frente à sede paulista da Rede Globo, e a intenção é promover cada vez mais, em diversas cidades do país. Como também ressaltei no primeiro post, o MSM é um movimento apartidário e desideologizado. Ele não reivindica que a mídia páre de dizer o que diz, apenas que ela dê voz igual ao que não vêm sendo dito, ao longo de muitos anos, em nome de interesses privados, e assim dê chance para que cada cidadão tenha condições de formar sua propria opinião.

Eu apóio o Movimento e me filiei a ele. Deixo aqui o convite para que todos conheçam mais sobre o MSM – seja visitando o blog Cidadania.com, seja entrando na lista de discussões no yahoogroups, seja participando da comunidade no orkut. O convite é para que conheçam, mas a esperança é de que abracem a causa e a divulguem. Afinal, a participação de cada cidadão é de importância fundamental, e este é o momento certo para aproveitarmos a oportunidade e promovermos o debate e a troca de notícias, perguntas e idéias sobre a questão da mídia no Brasil.

Update:
Reproduzo abaixo um cordel com o qual me deparei na comunidade do MSM no orkut, algumas horas após a postagem deste. É grande, mas creiam-me, vale a pena, é sensacional:

Deixa que a mídia eu balanço!
P. da Silva (vulgo Genésio dos Santos, janeiro/2007)

Para deleite da elite
que torce o nariz pro Lula
eis que quase toda a mídia
tá deixando a esquerda fula
que ora parte pro ataque
ora se encolhe e se anula.

No que agora me compete
abordar neste repente
apresento-te um cordel
pois entendo ser urgente
que dos informes da mídia
ninguém de nós se alimente.

Compreende que é por gosto
que nesta viagem me lanço!
O meu combate é com trovas
E rimas... E não me canso!
Zela por nosso governo!
Deixa que a mídia eu balanço!

Vejo as manchetes do dia
na internet ou nos jornais
por falta de conteúdo
o gosto é de "quero mais!"
e à procura de notícias
tô sempre correndo atrás.

É preciso informação
e isso eu não dispenso
mas aguço meus sentidos
neste nevoeiro denso
primeiro eu faço um filtro
e só depois me convenço.

As notícias que procuro
são do governo de agora
que após quinhentos anos
chutou a elite pra fora
só que isso tem um custo
e por isso a mídia chora.

Pois se a vitória foi nossa
e nisso eu acredito
o que precisa ser feito
é governar bem bonito
e sempre a favor dos pobres.
É isso aí, tenho dito!

Entre esquerdas e direita
já escolhi o meu caminho
mesmo que nesta jornada
por vezes eu vá sozinho
mas ninguém vai colocar
no meu guisado um espinho.

Quem a mídia representa?
Tu ousarias dizer?
Claro que a esta pergunta
nós sabemos responder!
A mídia é representante
dos que detêm o poder.

Na vida capitalista
seja de que ramo for
representa o consumismo
representa o explorador
representa o latifúndio
representa o mais-valor;

representa o patrãozinho,
o coronel, o feitor,
representa o industrial
quase sempre o opressor
só não representa o braço
do povo trabalhador;

e no ramo financeiro
de olho no ervanário
faz mesuras ao banqueiro
se rende ao seu ideário
e em hipótese alguma
tá do lado do bancário.

É só folhear os jornais
tomando muito cuidado
interpretar propaganda
cotejar classificado
que se nota com certeza
da mídia qual é o lado.

É o de quem compra o espaço
que é vendido, e não dado.
é o dos donos de negócios
que convivem lado a lado
com os especuladores
que manipulam o mercado.

A mídia assim representa
pretendo aqui relatar
fatia da burguesia
que vive a se lamentar
com vaga certa em marina
campo de golfe ou hangar;

mora em mansões com guarita
para a miséria afrontar
e freqüenta heliporto
pra todo dia voar
sem ter que uma lotação,
busão ou trem enfrentar;

ou se fecha em condomínios
com muitas suítes no apê
muitos carros na garagem
tevê a cabo, devedê...
com quartos pra criadagem
que sempre está à mercê

das ordens do sinhozinho
da casa grande moderna
que não quer ser contrariada
não quer choro nem baderna
para com isso manter
essa escravidão eterna.

É assim que ela chafurda
na lama de um atoleiro
é uma troca de favores
tudo feito por dinheiro
além de me causar asco
também provoca mau-cheiro.

Na campanha eleitoral
foi pau para o nosso lado
tá certo, eu admito
que uns possam ter errado
mas quem atirava as pedras
fingia não ter pecado.

Foi mote da oposição
"tá na mídia, tá nos autos!"
aos petistas e aliados
soluços e sobressaltos
e a mídia se esbaldando
engabelando os incautos.

Desculpa se no cordel
eu faço caricatura!
Mas pra conquistar espaço
nesta quase-ditadura
dos que têm tudo na vida
contra os que roem rapadura

tenho que ser bem direto
ao enfocar o problema
e ao meter a colher
procuro não ter dilema
não serei eu, cinqüentão,
que vou dar mole ao sistema.

Por vezes um colunista
cacareja isenção
mas ao publicar seu texto
e aí tomar posição,
esta, invariavelmente,
coincide com a do patrão.

Dá um cacete no Chávez
e o faz réu de muitos males,
dá rasteira no Ortega
e um pontapé no Morales,
dá um chega-pra-lá no Lula
e no Fidel... Nem me fales!

E diz estar defendendo
a tal da democracia
mas defende seus anéis
dia e noite, noite e dia
não quer perder a boquinha
de ganhar com a mais-valia.

Trata governante eleito
como se fosse gentinha
mesmo perdendo no voto
tenta impor a sua linha
e o cordelista pergunta:
Na bunada num vai dinha?

É assim que a mídia opera
na América Latina
desrespeitando eleitores
sempre de forma ferina
e mais, se dermos bobeira,
põe-se a agir na surdina.

E vai se comprometendo
na maior da cara-dura
co'a nata da burguesia
que ao se sentir insegura
passa a considerar
virtudes na ditadura.

Por isso deixo o recado
sem quebrar nenhuma rima
a quem dá pau no governo
e agindo assim se anima
fico co´os do andar de baixo
contra os do andar de cima.

Para aquele que foi pobre
e hoje é classe média
é bom que o governo Lula
nunca perca a sua rédea
senão a democracia
pode acabar em tragédia.

Para pôr fim à violência
que deixa a nação inquieta,
que ofereça ao cidadão
alternativa correta,
que a construção de presídios
não seja a única meta.

É bom que o governo Lula
invista em educação,
que obtenha resultados
no programa de inclusão
garantindo ao excluído
um teto, trabalho e pão.

Talvez se eu me concentrasse
noutra linha de argumento
para mostrar-te que a mídia
me causa aborrecimento
eu não fosse tão feliz
ao perseguir este intento.

Parece que já fui longe
Demais com este labor
Assim sendo me despeço
Saudando o trabalhador
Investindo no bordão:
Lula, é seu o andor!
Viajando neste cordel
A vida tem mais sabor.

quarta-feira, novembro 14, 2007

apóstrofo



AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!!!

terça-feira, novembro 13, 2007

a voz do povo...

hoje eu ganhei meu dia de manhã cedo, e nem foi quando soube que vou emendar o feriado.

tive de vir de táxi. o motorista puxa conversa sobre o tempo, a chuva, os estragos em uberlândia e eu, como sempre, enquanto não me conformo que terei que conversar fico no "é..." "puxa!", "triste, né?". e ele continua, e fala da injustiça de enquanto isso o nordeste de minas estar sofrendo com a seca, aí o povo vem pra cá e acaba que os filhos se metem com o crime e tinha que dar um jeito de melhorar a vida deles por lá... e eu continuo só concordando, mas já com bem mais interesse.

daí ele mesmo fala: "eu não entendo! não tem o rio são francisco lá, um rio enorme? por quê não puxa água de lá, gente?" aí eu me aprumei, né? e disse que a coisa era complicada, que haviam estudos pra isso, mas tb havia muita gente contra, e que é difícil agradar a todos, tem que ser aprovado, negociado, adequado e talz. mas que o governo tem feito muita coisa, que realmente tem que combater o problema é na origem, não adianta só prender, essas coisas...

ele ficou pensativo um tempo, depois deu um suspiro: "sabe o que eu acho? esses político parece que não é brasileiro! não importa pra eles se uma idéia é boa pro país, importa só quem teve a idéia. se é de alguém que eles não gosta, faz de tudo pra derrubar! eu tb num gosto de governo não, mas eu tô vendo que a vida mudou de uns cinco anos pra cá! muita coisa tá melhor, e quando eles faz certo a gente tem que reconhecer também!"

(aleluia!!!)

e ainda nem acabou aí! logo antes de eu descer, o moço comentou sobre essa descoberta do petróleo e, espontaneamente, soltou: "mas tem uma mulher, uma tal de míriam leitão, que nossinhora, ela não consegue dar nem UMA notícia boa sem arranjar algum problema! ficou lá diminuindo a história, dizendo que não era pra ficar animado demais não que o trem só ia começar a render daí a uns sete anos... uai, se o governo fosse outro num ia demorar o mesmo tempo pra montar as coisa lá não?"

meu herói!
quase que eu pedi pra ele falar de novo pra eu filmar!
foi lindo. :-)

segunda-feira, novembro 12, 2007

coleta seletiva em bh

(quase) tudo que vocês sempre quiseram saber sobre a coleta seletiva em belo horizonte, mas nunca eu conseguia tempo pra finalmente terminar o site, que modéstia às favas está muito lindo, organizado e bem escrito:

http://www.pbh.gov.br/bhrecicla/

;-)
.

a lua de papel


depois de uns bons meses lendo apenas as indicações bibliográficas para concursos, foi uma delícia devorar em um fim de semana a última aventura do comissário montalbano! policial dos bons, a lua de papel é o mais recente livro de andrea camilleri, escritor italiano obrigatório para os amantes do gênero. além da boa trama investigativa, o humor siciliano dá um tempero especial às histórias. as histórias no plural mesmo, porque minha recomendação não vale só pra esse livro: qualquer camilleri é genial!

sexta-feira, novembro 09, 2007

pega um, pega geral....

daí neguinho acha que eu tô paranóica ou que não há razão pra tanta discussão. mas ó só o que sai no jornal e ninguém mais se assusta:

Absolvido pela Justiça da acusação de assassinato, o major do Bope Ricardo Soares narrou em palestra a cerca de 130 policiais de todo o país como o seqüestrador do ônibus 174, Sandro do Nascimento, 21, morreu dentro de um camburão no Rio, em junho de 2000. O relato foi feito no fim de semana, em Porto Alegre.

"Eu não fiz questão realmente de ressuscitá-lo muito, não. Foi embora!", declarou, provocando risos na platéia. "Vou ser sincero: entre ele e eu, vai ele, porque tenho muita vida pela frente, se Deus quiser", disse. Soares - capitão do Bope em 2000 - descreveu como, após resistência de Nascimento no carro policial, asfixiou o criminoso até ele desfalecer.

(a matéria completa taqui)

pior: não só ninguém mais assusta e como uma declaração dessas ainda provoca risos na platéia! RISOS!

eu tô sem palavras de tão indignada.

quarta-feira, novembro 07, 2007

também vai pegar você!

quanto mais penso e discuto sobre tropa de elite, mais eu percebo como ele é amarradinho nas suas sutis manipulações. não tão sutis quando se pára pra pensar, mas convenhamos, qual é a parcela da população que efetivamente pára pra pensar depois de um filme como esse, cheio de ação, imagens chocantes (ou "iradas"), palavrões e atos de (super)heroísmos de mocinhos detonando com bandidos?

não nego que eu gostei do filme quando vi (pirata, lógico). além do roteiro muito bem feito, pega também a sensação de pertencer a um grupo dos que foram "tocados pela denúncia". a intenção é que o espectador seja fisgado aí, e não perceba que a "grande denúncia" – contra traficantes pé-de-chinelo, policiais mal-pagos enfiados todos num mesmo saco e estereótipos de intelectuaizinhos de esquerda fumadores de maconha – não passa de uma grande cortina de fumaça (sem trocadilho).

já vinha pensando e dizendo isso há algum tempo quando recebi o artigo abaixo por e-mail. nele, o autor usa as palavras exatas que nem sempre eu encontrei pra explicar minha opinião. tropa de elite ainda tem uma chance de ter o mérito de possibilitar um grande e pertinente debate sobre os problemas da violência, da corrupção e do tráfico: se, e somente se, cada vez mais espectadores se permitirem a rebeldia de sair do papel para o qual foram designados e pensar, questionar, discutir.

não existe outro tipo de gente no mundo? não existem outras alternativas? por quê não discutir a desigualdade social como fator gerador de violência? por quê não discutir a legalização das drogas? por quê não discutir a investigação de quem tem realmente tem poder e grana pra continuar mantendo esse esquema? por quê o filme foge tanto dessas perguntas?

porque sou brasileira e não desisto nunca, reproduzo e repasso o artigo abaixo (os grifos são meus). se ele ajudar a sacudir as convicções de uma pessoa só que seja, já valeu a pena:

Tropa de elite: a criminalização da pobreza
(Ivan Pinheiro)

"Homem de preto.
Qual é sua missão?
É invadir favela.
E deixar corpo no chão"
(refrão do BOPE)


Não dá cair no papo furado de que "Tropa de Elite" é "arte pura" ou "obra aberta". Um filme sobre questões sociais não podia ser neutro. Trata-se de uma obra de arte objetivamente ideológica, de caráter fascista, que serve à criminalização e ao extermínio da pobreza. É possível até que os diretores subjetivamente não quisessem este resultado, mas apenas ganhar dinheiro, prestígio e, quem sabe, um Oscar. Vão jurar o resto da vida que não são de direita. Aliás, você conhece alguém no Brasil, ainda mais na área cultural, que se diga de direita? Como acredito mais em conspirações do que no acaso, não descarto a hipótese de o filme ter sido encomendado por setores conservadores. Estou curioso para saber quais foram os mecenas desta caríssima produção, que certamente foi financiada por incentivos fiscais.

O filme tem objetivos diferentes, para públicos diferentes. Para os proletários das comunidades carentes, o objetivo é botar mais medo ainda na "caveira" (o BOPE, os "homens de preto"). O vazamento escancarado das cópias piratas talvez seja, além de uma estratégia de marketing, parte de uma campanha ideológica. A pirataria é a única maneira de o filme ser visto pelos que não podem pagar os caros ingressos dos cinemas. Aliás, que cinemas? Não existe mais um cinema nos subúrbios, a não ser em shopping, que não é lugar de pobre freqüentar, até porque se sente excluído e discriminado.

No filme, os "caveiras" são invencíveis e imortais. O único que morre é porque "deu mole". Cometeu o erro de ir ao morro à paisana, para levar óculos para um menino pobre, em nome de um colega de tropa que estava identificado na área como policial. Resumo: foi fazer uma boa ação e acabou assassinado pelos bandidos.

Para as classes médias e altas, o objetivo do filme é conquistar mais simpatia para o BOPE, na luta dos "de cima", que moram embaixo, contra os "de baixo", que moram em cima. Os "homens de preto" são glamourizados, como abnegados e incorruptíveis. Apesar de bem intencionados e preocupados socialmente, são obrigados a torturar e assassinar a sangue frio, em "nosso nome". Para servir à "nossa sociedade", sacrificam a família, a saúde e os estudos. Nós lhes devemos tudo isso! Portanto, precisam ser impunes. Você já viu algum "caveira" ser processado e julgado por tortura ou assassinato? "Caveira" não tem nome, a não ser no filme. A "Caveira" é uma instituição, impessoal, quase secreta.

Há várias cenas para justificar a tortura como "um mal necessário". Em todas, o resultado é positivo para os torturadores, ou seja, os torturados não resistem e "cagüetam" os procurados, que são pegos e mortos, com requintes de crueldade. Fica outra mensagem: sem aquelas torturas, o resultado era impossível.

Tudo é feito para nos sentirmos numa verdadeira guerra, do bem contra o mal. É impossível não nos remetermos ao Iraque ou à Palestina: na guerra, quase tudo é permitido. À certa altura, afirma o narrador, orgulhoso: "nem no exército de Israel há soldados iguais aos do BOPE".

Para quem mora no Rio, é ridículo levar a sério as cenas em que os "rangers" sobem os morros, saindo do nada, se esgueirando pelas encostas e ruelas, sem que sejam percebidos pelos olheiros e fogueteiros das gangues do varejo de drogas! Esta manipulação cumpre o papel de torná-los ainda mais invencíveis e, ao mesmo tempo, de esconder o estigmatizado "Caveirão", dentro do qual, na vida real, eles sobem o morro, blindados. O "Caveirão", a maior marca do BOPE, não aparece no filme: os heróis não podem parecer covardes!

O filme procura desqualificar a polêmica ideológica com a esquerda, que responsabiliza as injustiças sociais como causa principal da violência e marginalidade. Para ridicularizar a defesa dos direitos humanos e escamotear a denúncia do capitalismo, os antagonistas da truculência policial são estudantes da PUC, "despojados de boutique", que se dão a alguns luxos, por não terem ainda chegado à maioridade burguesa.

Os protestos contra a violência retratados no filme são performances no estilo "viva rico", em que a burguesia e a pequena-burguesia vão para a orla pedir paz, como se fosse possível acabar com a violência com velas e roupas brancas, ou seja, como se tratasse de um problema moral ou cultural, e não social.

A burguesia passa incólume pelo filme, a não ser pela caricatura de seus filhos que, na Faculdade, fumam um baseado e discutem Foucault. Um personagem chamado "Baiano" (sutil preconceito) é a personificação do tráfico de drogas e de armas, como se não passasse de um desses meninos pobres, apenas mais espertos que os outros, que se fazem "Chefe do Morro" e que não chegam aos trinta anos de idade, simples varejistas de drogas e armas, produtos dos mais rentáveis do capitalismo contemporâneo. Nenhuma
menção a como as drogas e armas chegam às comunidades, distribuídas pelos grandes traficantes capitalistas, sempre impunes, longe das balas achadas e perdidas. E ainda responsabilizam os consumidores pela existência do tráfico de drogas, como se o sistema não tivesse nada a ver com isso!


O Estado burguês também passa incólume pelo filme. Nenhuma alusão à ausência do Estado nas comunidades carentes, principal causa do domínio do banditismo. Nenhuma denúncia de que lá falta tudo que sobra nos bairros ricos. No filme, corrupção é um soldado da PM tomar um chope de graça, para dar segurança a um bar. Aliás, o filme arrasa impiedosamente os policiais "não caveiras", generalizando-os como corruptos e covardes, principalmente os que ficam multando nossos carros e tolhendo nossas pequenas transgressões, ao invés de subirem o morro para matar bandido.

A grande sacada do filme é que o personagem ideológico principal não é o artista principal. Este, branco, é o que mais mata. Ironicamente, chama-se Nascimento. É um tipo patológico, messiânico, sanguinário, que manda um colega matar enquanto fala ao celular com a mulher sobre o nascimento do filho.

Mas para fazer a cabeça de todos os públicos, tanto os "de cima" como os "de baixo", o grande e verdadeiro herói da trama surge no final: Thiago, um jovem negro, pacato, criado numa comunidade pobre, que foi trabalhar na PM para custear seus estudos de Direito, louco para largar aquela vida e ser advogado. Como PM, foi um peixe fora d'água: incorruptível, respeitava as leis e os cidadãos. Generoso, foi ele quem comprou os óculos para dar para o menino míope. Sua entrada no BOPE não foi por vocação, mas por acaso.

Para ficar claro que não há solução fora da repressão e do extermínio e que não adianta criticar nem fazer passeata, pois "guerra é guerra", nosso novo herói se transforma no mais cruel dos "caveiras" da tropa da elite, a ponto de dar o tiro de misericórdia no varejista "Baiano", depois que este foi torturado, dominado e imobilizado. Para não parecer uma guerra de brancos ricos contra negros pobres, mas do bem contra o mal, o nosso herói é um "caveira" negro, que mata um bandido "baiano", de sua própria classe, num ritual macabro para sinalizar uma possibilidade de "mobilidade social", para usar uma expressão cretina dos entusiastas das "políticas compensatórias".

A fascistização é um fenômeno que vem sendo impulsionado pelo imperialismo em escala mundial. A pretexto da luta contra o terrorismo, criminalizam-se governos, líderes, povos, países, religiões, raças, culturas, ideologias, camadas sociais.

Em qualquer país em que "Tropa de Elite" passar, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, o filme estará contribuindo para que a sociedade se torne mais fascista e mais intolerante com os negros, os imigrantes de países periféricos e delinqüentes de baixa renda.

No Brasil, a mídia burguesa há muito tempo trabalha a idéia de que estamos numa verdadeira guerra, fazendo sutilmente a apologia da repressão. Sentimos isso de perto. Quantas vezes já vimos pessoas nas ruas querendo linchar um ladrão amador, pego roubando alguma coisa de alguém? Quantas vezes ouvimos, até de trabalhadores, que "bandido tem que morrer"?

Se não reagirmos, daqui a pouco a classe média vai para as ruas pedir mais BOPE e menos direitos humanos e, de novo, fazer o jogo da burguesia, que quer exterminar os pobres, que só criam problemas e ainda por cima não contam na sociedade de consumo. Daqui a pouco, as milícias particulares vão se espalhar pelo país, inspiradas nos heróicos "homens de preto", num perigoso processo de privatização da segurança pública e da justiça. Não nos esqueçamos do modelo da "matriz": hoje, os mais sanguinários soldados americanos no Iraque são mercenários recrutados por empresas particulares de segurança, não sujeitos a regulamentos e códigos militares.

Parafraseando Bertolt Brecht, depois vai sobrar para nós, que teimamos em lutar contra o fascismo e a barbárie, sonhando com um mundo justo e fraterno. A trilha sonora do filme já avisou:

"Tropa de Elite,
Osso duro de roer,
Pega um, pega geral.
Também vai pegar você!"

terça-feira, novembro 06, 2007

lógica irrefutável...

meu horóscopo do facebook mandou eu parar de gastar tempo em diversões inúteis e ir trabalhar! :-/