quarta-feira, outubro 31, 2007

ao velho maia

(...)
as coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão

(c.d.a.)


hoje meu avô completaria 92 anos.

outro dia mesmo estávamos todos empolgados organizando a festa de noventa anos do maia. todos sabíamos que era já uma data digna de comemoração, mas duvido que alguém olhasse pra ele e sequer imaginasse que em dois anos ele não estaria mais aqui. ele próprio sugeriu, quando estávamos decidindo o destino da bebida que sobrou: "guarda pra festa dos cem!"

apesar da consciência racional do caminho natural da vida, simplesmente não era possível conceber a vida sem o meu avô! como assim?, a vida é isso: tem o céu, o sol, a água, o ar, e tem meu avô, ora bolas, e eles sempre vão estar aqui, isso é indiscutível, é óbvio!

e é divinamente verdade! se antes eu dizia a pessoas que perderam alguém que quem se foi sempre estará por perto, eu dizia por pura fé. hoje eu posso dizer com a certeza da experiência vivida, pois eu não só sei ou acredito que meu avô está sempre comigo, eu efetivamente sinto isso, de uma forma inexplicável, porém inquestionável.

não foram poucos os ensinamentos e exemplos que recebi dele. não foi pouca a influência dele na minha formação, no meu caráter, nos meus valores, no meu senso de humor e em tantas coisas mais. esse homem extraordinário, de quem tive a sorte de ser neta e com quem tive o privilégio de conviver por 31 anos, não poderia ter "ido embora" de outra forma.

o pássaro das asas cansadas se recolheu para repousar e fazer versos em companhia das estrelas que gostava de ouvir. mas até na sua despedida não deixou de ser generoso e poeta. e como eu posso me entristecer, se continuo escutando, aqui dentro, aquela risada tão dele que eu nunca vou esquecer? ouço sua voz, sinto ele por perto e, pra ser sincera, acho que ele continua aprontando suas graças.

que outra explicação teria pra justo hoje, enquanto eu andava a caminho do serviço, olhando para o céu e pensando nele, eu ver um miquinho brincando num poste??? um mico! todo serelepe e mó à vontade no meio daquela fiarada toda? só sei que nessa hora eu dei uma risada e esqueci de ficar triste...

segunda-feira, outubro 29, 2007

pede pra sair do cavalo!

ahahahahahahahahahahahahahahahahahah!!!



(imagem pegada emprestada com todo o respeito do sensacional e imperdível blog do valoroso capitão nascimento.)

o rolo do rolex

texto de zeca baleiro, cantor, compositor e moço mucho ducaralho que fala o que muita gente pensa mas não tem culhão pra dizer:

NO INÍCIO do mês, o apresentador Luciano Huck escreveu um texto sobre o roubo de seu Rolex. O artigo gerou uma avalanche de cartas ao jornal, entre as quais uma escrita por mim. Não me considero um polemista, pelo menos não no sentido espetaculoso da palavra. Temo, por ser público, parecer alguém em busca de autopromoção, algo que abomino. Por outro lado, não arredo pé de uma boa discussão, o que sempre me parece salutar. Por isso resolvi aceitar o convite a expor minha opinião, já distorcida desde então.

Reconheço que minha carta, curta, grossa e escrita num instante emocionado, num impulso, não é um primor de clareza e sabia que corria o risco de interpretações toscas. Mas há momentos em que me parece necessário botar a boca no trombone, nem que seja para não poluir o fígado com rancores inúteis. Como uma provocação.

Foi o que fiz. Foi o que fez Huck, revoltado ao ver lesado seu patrimônio, sentimento, aliás, legítimo. Eu também reclamaria caso roubassem algo comprado com o suor do rosto. Reclamaria na mesa de bar, em família, na roda de amigos. Nunca num jornal.

Esse argumento, apesar de prosaico, é pra mim o xis da questão. Por que um cidadão vem a público mostrar sua revolta com a situação do país, alardeando senso de justiça social, só quando é roubado? Lançando mão de privilégio dado a personalidades, utiliza um espaço de debates políticos e adultos para reclamações pessoais (sim, não fez mais que isso), escorado em argumentos quase infantis, como "sou cidadão, pago meus impostos". Dias depois, Ferréz, um porta-voz da periferia, escreveu texto no mesmo espaço, "romanceando" o ocorrido. Foi acusado de glamourizar o roubo e de fazer apologia do crime.

Antes que me acusem de ressentido ou revanchista, friso que lamento a violência sofrida por Huck. Não tenho nada pessoalmente contra ele, de quem não sei muito. Considero-o um bom profissional, alguém dotado de certa sensibilidade para lidar com o grande público, o que por si só me parece admirável. À distância, sei de sua rápida ascensão na TV. É, portanto, o que os mitificadores gostam de chamar de "vencedor". Alguém que conquista seu espaço à custa de trabalho me parece digno de admiração.

E-mails de leitores que chegaram até mim (os mais brandos me chamavam de "marxista babaca" e "comunista de museu") revelam uma confusão terrível de conceitos (e preconceitos) e idéias mal formuladas (há raras exceções) e me fizeram reafirmar minha triste tese de botequim de que o pensamento do nosso tempo está embotado, e as pessoas, desarticuladas.

Vi dois pobres estereótipos serem fortemente reiterados. Os que espinafraram Huck eram "comunistas", "petistas", "fascistas". Os que o apoiavam eram "burgueses", "elite", palavra que desafortunadamente usei em minha carta. Elite é palavra perigosa e, de tão levianamente usada, esquecemos seu real sentido. Recorro ao "Houaiss": "Elite - 1. o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente em um grupo social [este sentido não se aplica à grande maioria dos ricos brasileiros]; 2. minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo social [este, sim]".

A surpreendente repercussão do fato revela que a disparidade social é um calo no pé de nossa sociedade, para o qual não parece haver remédio - desfilaram intolerância e ódio à flor da pele, a destacar o espantoso texto de Reinaldo Azevedo, colunista da revista "Veja", notório reduto da ultradireita caricata, mas nem por isso menos perigosa. Amparado em uma hipócrita "consciência democrática", propõe vetar o direito à expressão (represália a Ferréz), uma das maiores conquistas do nosso ralo processo democrático. Não cabendo em si, dispara esta pérola: "Sem ela [a propriedade privada], estaríamos de tacape na mão, puxando as moças pelos cabelos". Confesso que me peguei a imaginar esse sr. de tacape em mãos, lutando por seu lugar à sombra sem o escudo de uma revista fascistóide. Os idiotas devem ter direito à expressão, sim, sr. Reinaldo. Seu texto é prova disso.

Igual direito de expressão foi dado a Huck e Ferréz. Do imbróglio, sobram-me duas parcas conclusões. A exclusão social não justifica a delinqüência ou o pendor ao crime, mas ninguém poderá negar que alguém sem direito à escola, que cresce num cenário de miséria e abandono, está mais vulnerável aos apelos da vida bandida. Por seu turno, pessoas públicas não são blindadas (seus carros podem ser) e estão sujeitas a roubos, violências ou à desaprovação de leitores, especialmente se cometem textos fúteis sobre questões tão críticas como essa ora em debate.

Por fim, devo dizer que sempre pensei a existência como algo muito mais complexo do que um mero embate entre ricos e pobres, esquerda e direita, conservadores e progressistas, excluídos e privilegiados. O tosco debate em torno do desabafo nervoso de Huck pôs novas pulgas na minha orelha. Ao que parece, desde as priscas eras, o problema do mundo é mesmo um só - uma luta de classes cruel e sem fim.

sexta-feira, outubro 26, 2007

que tropa de elite o quê!

quer ver a "realidade brasileira" nas telas, nua e crua?
quer enxergar a alma humana retratada sem sensacionalismos hollywoodianos?
quer um filme soco no estômago de verdade?
quer assistir uma obra que toca nas feridas - da alma, e não em feridas sociais convenientemente selecionadas?
quer ficar um bom tempo calado olhando a tela preta depois do fim do filme simplesmente porque não sabe - ou não há - o que dizer ou fazer?

assista estamira.


estamira, 63 anos, há 20 cata lixo em um aterro na baixada fluminense. "consciente, lúcida e ciente", estamira é sábia, e não tem o menor pudor em falar o que sabe. "a minha missão, além de eu ser estamira, é revelar a verdade, somente a verdade. seja mentira, seja capturar a mentira e tacar na cara, ou então ensinar a mostrar o que eles não sabem. os inocente. não tem mais inocente, tem esperto ao contrário. esperto ao contrário tem, mas inocente num tem não."

é preciso estar atento e aberto para o que diz estamira. os médicos dizem que ela é louca, mas ela sabe que os remédios só servem para dopá-la, até ela voltar para a consulta daí a 40 dias. estamira é poeta, filósofa, guerreira, sofrida, sobrevivente. "eu, estamira, sou a visão de cada um. ninguém pode viver sem mim. ninguém pode viver sem estamira."

ela está certa. todo mundo deveria conhecer estamira.

quinta-feira, outubro 25, 2007

quarta-feira, outubro 24, 2007

ô, modeuso!



o tadinho do muleque só queria se fantasiar de harry potter, acabou com um cone de trânsito entalado na cabeça e foi preciso chamar os bombeiros pra tirar. dá dó, mas essa carinha é impagável, né não? :)

tem a história inteira aqui.

eu não tenho nada com isso


elogio não enche barriga, mas quem disse que barriga cheia é tudo que importa?

é claro que eu não estou desprezando um pagamento justo por fazer um trabalho bem feito, mas tem horas que começo a achar que devia ser mais objetiva e parar de "me envolver" tanto com o trabalho. eu sou do tipo que veste a camisa, sou perfeccionista, quero que tudo fique lindo, perfeito, com português correto, etc. muitas vezes faço muito além do que, em tese, sou paga para fazer, porque quero ver o produto final bem feito. não sei fazer "mais ou menos".

outro dia me falaram que eu devia aprender a ligar mais o foda-se, a me preocupar menos com o que não é da minha conta e a obedecer sem discutir mesmo ordens estúpidas. não consigo, mas pago o preço, e às vezes, como agora, tenho algumas frustrações que eu já devia saber evitar há pelo menos uns... oito ou nove anos.

enfim, foda-se. a campanha vai sair, o nome é uma bosta, eu não tenho nada com isso - e é isso que faço questão de deixar claro: EU NÃO TENHO NADA COM ISSO - não me chamaram pra reunião de briefing, não me levaram nas apresentações de propostas, não me pediram opinião, e a única hora em que eu participei mesmo do processo foi quando, em uma sexta-feira à noite fiquei horas revendo as provas e corrigindo erros homéricos para liberar a impressão no sábado de manhã (o que obviamente não aconteceu, mesmo eu só indo embora depois de tudo corrigido). trabalho chato pra cacete pra tentar melhorar o possível de um serviço péssimo que eu não fiz e não acompanhei.

é outro desabafo sim, mas hoje eu estou mais frustrada que nervosa. sei que vai passar. e foda-se. eu não tenho nada com isso.

terça-feira, outubro 23, 2007

concurso gasmig


então, saiu o gabarito.

português: 14/15
inglês: 7/10
atualidades: 10/10
específica: 8/15
total: 39/50 = 78%

acho pouco, mas pelo menos:
a) eu errei mais nas que tinha estudado menos mesmo, então não passei tanta raiva quanto nos outros dois concursos;
b) acho que passo pra correção da redação, daí modéstia às favas eu ultrapasso uma galerinha...

mas duas vagas pra 587 candidatos é FODA.

segunda-feira, outubro 22, 2007

a palavra


...Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam... Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as... Amo tanto as palavras... As inesperadas... As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem... Vocábulos amados... Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho... Persigo algumas palavras... São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema... Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas... E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as... Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda... Tudo está na palavra... Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu... Têm sombra, transparência, peso, plumas, pêlos, têm tudo o que se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes... São antiqüíssimas e recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada... Que bom idioma o meu, que boa língua herdamos dos conquistadores torvos... Estes andavam a passos largos pelas tremendas cordilheiras, pelas Américas encrespadas, buscando batatas, butifarras, feijõezinhos, tabaco negro, ouro, milho, ovos fritos, com aquele apetite voraz que nunca mais se viu no mundo ... Tragavam tudo: religiões, pirâmides, tribos, idolatrias iguais às que eles traziam em suas grandes bolsas... Por onde passavam a terra ficava arrasada... Mas caíam das botas dos bárbaros, das barbas, dos elmos, das ferraduras. Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui resplandecentes... o idioma. Saímos perdendo... Saímos ganhando... Levaram o ouro e nos deixaram o ouro... Levaram tudo e nos deixaram tudo... Deixaram-nos as palavras.

(pablo neruda)

sexta-feira, outubro 19, 2007

que não é o que não pode ser que não é


o problema é começar. antes era fácil, antes tinha o fio da meada, uma linha reta, começo, meio, fim, pá-pum. agora é a tal da rede. que eu adoro, amo, mas fico tão fascinada que embasbaco olhando as direções todas e não sei começar. não tem começo, não tem meio, não tem fim. se joga aí e vai, neguim, ou você perde a viagem!

a rede é um monte de nozinhos interligados entre si e não há limites para a quantos nozinhos cada nozinho pode se ligar. ou como disse certa vez uma criança, não me lembro onde li isso, "a rede um monte de buraco costurado junto". ducaralho! :)

imagina um joguinho de computador. você tem que fazer as conexões possíveis. na primeira fase vai lá, devagar, junta um, junta dois, massa, quando junta dois duma vez só cê ganha um bônus e fica felizinho. aí muda de fase. junta mais de um de uma vez, cada vez mais, até juntar vários, as possibilidades só aumentam. e quando junta um já cria coisa nova pra juntar de novo. aí às vezes uma jogadinha boba que você fez, só juntando dois pontinhos, desencadeia uma juntação de coisa que você não sabe pra que lado olha, qual seqüência acompanha, e elas vão juntando, crescendo, juntando e você fica lá feito criança que descobriu que apertando aquele botão a luz acende, sabe?, só fascinado e achando lindo e querendo mostrar pra todo mundo como aquilo é legal, mágico, absurdo, perfeito e cheio de um sentido inexplicável e ao mesmo tempo inescapável!

é isso. estou abobadada no centro do vídeogame, olhando pra todos os lados, achando fantástico. o texto que li pro concurso junta com a discussão que tive com a minha tia que junta com o blog da amanda que junta com o site de lavras novas que já tinha juntado com o outro livro de antes e com um poema que vi ao acaso, que junta com o último trabalho da mamãe, que junta com um spam que eu recebi, que junta com a coleta seletiva, que junta com o fragmento de conversa que eu ouvi no ônibus, que junta com o drible do robinho e com a morte do paulo autran, assim, ao mesmo tempo, tudo ao mesmo tempo, encaixadinho, agora, e tudo isso junta ainda mais com as minhas amizades e meus amores, meus interesses, meu trabalho, minha família, minhas causas, minhas crenças, minha vida...

minha vida. que na real é só mais um pontinho juntando ininterruptamente com mais infinitos pontinhos na grande teia que não tem começo, não tem meio, não tem fim. pula daí e vem, neguim, ou você perde a hora!

terça-feira, outubro 16, 2007

mais lavras novas

(ou "ó só como eu tô podendo")

do portal ouropreto.com.br:

"Lavras Novas ganha site novo e novas parcerias

Lavras Novas conta com site que é a cara do distrito: simples, charmoso, aconchegante e alegre

Nesta semana, a Associação de Desenvolvimento do Turismo em Lavras Novas comemora a criação de seu novo site, o www.lavrasnovas.org.br, e a parceria com o portal ouropreto.com.br. A nova página, criada pela designer Clarice Scotti, celebra um novo momento da associação – uma entidade sem fins lucrativos – em seus quatro anos de fundação, com a adesão de grande parte dos comerciantes locais.

A proposta deste grupo é a de representar tanto os comerciantes, como criar eventos que divulguem o distrito e fazer parcerias para a formação profissional da comunidade. A Fiemg é um desses parceiros e, nesta semana, acontece um curso de informática – totalmente gratuito para a população – em uma unidade móvel, assim como a unidade da Cozinha Brasil, que esteve no distrito na semana passada, fazendo parte da programação do evento Safras Novas.

Lavras Novas é distrito de Ouro Preto e a parceria com o site ouropreto.com.br reforça a crença da associação na importância desta inter-relação.

Não deixe de conferir: www.lavrasnovas.org.br"

obs:
para conhecer outros trabalhos dessa brilhante designer (hohoho), clique aqui ou no link "meu portfolio" na coluna aí do lado. ;-)

lavras novas


a casa do papai é essa casinha cor de goiaba. bem gostosinha, eu acho. principalmente quando tá sol. ;-)

vista da janela. eu queria mesmo era pegar o bem-te-vi que tava todo serelepe nessa arvrinha aí em frente, mas como nota-se pela sua inclinação a la regina duarte, bateu um vento bem na hora que eu cliquei e ele voou... procurando bem, mas bem mesmo, dá pra ver a igreja de nossa senhora dos prazeres lá do outro lado da cidade.

essa pedra fica presa no chão por espaço minúsculo, parece que se a gente soprar ela vai sair rolando, é impressionante! não tinha luz pra fotografar essa parte, mas o efeitinho contra o sol também ficou lindo, né?

quinta-feira, outubro 11, 2007

festival safras novas


então, hoje à tarde eu vou pra lavras novas. não rola de passar o feriadão pq tenho que estudar e retomar um free-la, então volto amanhã. pena, nesse feriado lá rola mais uma edição do festival safras novas, com diversas atrações culturais e gastronômicas. hoje à noite será o lançamento oficial do site da associação pelo desenvolvimento do turismo em lavras novas, com novo [e lindo, eheheheh] layout, desenvolvido por mim... ;-)

mas pra quem puder, fica a dica, é uma boa pedida de programa diferente, perto e relativamente barato.

(ah sim, eu ainda tenho que ir trabalhar de manhã, mas o bombeiro tá levando uma goleada da descarga lá dentro...)

entrando pelo cano

quando o próprio bombeiro que está arrumando a sua descarga olha com cara de incredulidade e fala "estranho, né?" é preocupante. desde que ele limpou a caixa d'água no sábado, tudo voltou ao normal, menos essa descarga. diz ele que é plástico que entrou pelo cano. fiquei imaginando com foi parar tanto plástico lá em cima da caixa d'água e ele disse que o último que fez a limpeza usou sacolinhas para vedar os canos. ainda concluiu: "não pode, por isso que eu só uso pano!"

como assim??? estamos em 2007, o homem já conquistou o espaço, clonou animais, desenvolveu microchips que fazem de tudo e não existe uma tecnologia capaz de projetar uma ROLHA própria para vedar a caixa d'água na hora da limpeza??? tô passada.

terça-feira, outubro 09, 2007

freud, explica?

às vezes eu queria entender por que meu pára-raio de doido sintoniza tudo que passa pela frente ao mesmo tempo! não pode vir um de cada vez? ia ser tão mais fácil tentar ter paciência...

quinta-feira, outubro 04, 2007

quem quiser gostar de mim, eu sou assim.

eu chego no serviço e dou bom dia com um sorriso para todo mundo - todo mundo - até chegar na minha mesa. cumprimento o porteiro, a recepcionista, a ascensorista, quem quer que esteja subindo no elevador comigo, meus colegas de andar e de sala. bom dia com um sorriso.

eu aceito fazer favores que não são da minha alçada se não me custar nada. às vezes, aceito até se me custar um pouco, mas não for tanto assim perto do que custaria pra quem me pede e a pessoa realmente precisa. se eu souber fazer e tiver tempo e infra-estrutura necessárias, faço com boa vontade e capricho, pq não é pq não é pra mim que eu vou fazer nas coxas.

se você me pedir com educação e eu puder, eu posso até ir buscar café pra você ou levar coisas no xerox ou ficar dobrando correspondência ou passar um pano úmido lá no alto da prateleira que ninguém alcança. se você me pedir com educação, eu posso, seja você a faxineira ou o big boss do pedaço, ande você de ônibus ou de toyota, seja você alfabetizado ou não, e tenha você a cor, o peso, a religião, o time ou a preferência sexual que tiver.

mas, felizmente, eu aprendi a enxergar o limite entre ser prestativa e ser otária. da mesma forma que eu não faço distinção pra tratar bem quem me trata bem, também não faço pra devolver grosseria. meu ouvido não é penico, eu não sou a madre tereza, não sou adivinha e não sou capacho. então, meu filho, seja você a faxineira ou o big boss do pedaço, se você for estúpido comigo, vai levar de volta. às vezes eu nem quero, mas quando eu vi já foi. e foi bem feito, não arrependo.

talvez eu ainda perca um emprego um dia por causa disso, mas se isso acontecer vai ter gente perdendo mais que eu. porque eu sei que posso ser estourada, mas sou competente, responsável e sempre tento ser justa.

só não vem encher o raio do meu saco de graça não, caralho! custa ao menos fingir que é civilizado e aprendeu o conceito de respeito?

quarta-feira, outubro 03, 2007

tá nervoso, vai pescar!

"Olha. Eu sou a pessoa menos adequada para falar desse assunto, até porque desconheço, não tem qualquer relação comigo. Não tenho a falar com isso, você vai encontrar outras pessoas mais qualificadas para falar sobre isso, querida. Eu fui governador em 2002 e 2006 e por estas campanhas eu respondo."

(Aécio Neves, em tom ríspido, ao ser questionado por jornalistas se teme que a investigação do tucanoduto mineiro respingue em sua carreira.)

Leia mais aqui.

terça-feira, outubro 02, 2007

ãrran...

"Não acho que o autor tenha pensado em mim. Não tenho nada a ver com a personagem. Trabalhei dez anos na TV Globo. Tenho uma história totalmente diferente [de Bebel]"

(Mônica Veloso, jornalista, mãe da filha de Renan Calheiros e capa da próxima "Playboy")

me engana que eu gosto. quem ganha a pensão que essa dona ganha e ainda aproveita a fama momentânea de uma crise política pra faturar mais algum posando pelada, não pode ser tão ingênua assim. nem pra achar que o autor não pensou nela, nem pra achar que trabalhar 10 anos na tv globo é "totalmente diferente" da história da bebel... pfff...

segunda-feira, outubro 01, 2007

Depoimento ao NA - Noveleiros Anônimos

- Meu nome é Clarice...
- Boa noooooite, Clariiiice!!!
- Eu nunca me esqueci da minha primeira novela das oito, Roque Santeiro. Foi a primeira vez que pude ficar acordada depois que o Cid Moreira deu boa noite. O Cid Moreira já está embalsamado há décadas e só agora eu tive coragem de virar essa página. Não vou dizer que eu assisti de cabo a rabo todas as novelas das oito que passaram, mesmo porque tem coisas que a Glória Pérez escreve que nem uma dependente como eu podia suportar. Sim, eu reconheço minha dependência. Eu comprei um vídeo-cassete quando todo mundo comprava aparelhos de DVD, só porque aparelhos de DVD não podiam gravar novela. (...) Desde sexta-feira, quando acabou o último capítulo de Paraíso Tropical, eu decidi que era hora de parar! Hoje... hoje, pela primeira vez em tantos anos, eu resolvi ser mais forte. Eu sou mais forte... Eu sou... Desprogramei o vídeo. Não liguei a TV. Enquanto eu dou este depoimento, está passando o... o... o primeiro capítulo da nova novela das oito!!! (primeiro capítulo...) Mas eu decidi mudar! Eu decidi não assistir! Eu... Eu olho pro relógio e... e penso que ainda dá pra pegar o finzinho... Mas eu sei que pegar só o finzinho é o fundo do poço, é catar guimba de cigarro na rua, beber resto de pinga largada em mesa de bar, eu não posso me permitir tanta degradação! (...) Eu vou ser mais forte. Eu sou mais forte... Meu nome é Clarice. Eu sou uma dependente. Estou a 72h sem assistir a nenhum capítulo de novela e hoje, só hoje, eu consegui. Um dia de cada vez. E eu vou conseguir. (...)